Neste sábado (18), a Polícia Civil prendeu o 1º tenente Fernando Genauro da Silva, policial militar suspeito de ser o motorista do carro utilizado pelos atiradores na execução de Vinícius Gritzbach, delator do PCC, no aeroporto de São Paulo. A prisão ocorreu em Osasco, onde o oficial reside. Ele foi levado ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) para prestar depoimento e, posteriormente, será encaminhado ao Presídio Romão Gomes da Polícia Militar.
A operação contou com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar e já resultou na prisão de 16 policiais militares envolvidos no caso. Gritzbach foi assassinado em novembro do ano passado e havia delatado esquemas de corrupção envolvendo policiais e integrantes do PCC.
Detalhes do crime
Vinícius Gritzbach. acusado de lavagem de dinheiro para a facção, foi morto com dez tiros no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, enquanto carregava uma bagagem com mais de R$ 1 milhão em joias. Ele voltava de Alagoas acompanhado da namorada. A delação premiada assinada com o Ministério Público revelou nomes de integrantes do PCC e de policiais corruptos.
A investigação começou após uma denúncia anônima, em março de 2023, sobre o vazamento de informações sigilosas por policiais militares, beneficiando o PCC. Outro indício veio em outubro, quando fotos mostraram PMs escoltando Gritzbach no Fórum da Barra Funda.
Após o assassinato, quatro PMs contratados para escoltar o empresário foram identificados e afastados. A análise dos celulares dos agentes revelou uma rede de proteção ao PCC. A Corregedoria utilizou ferramentas como quebra de sigilo telefônico, reconhecimento facial e rastreamento de sinal de celular para identificar os envolvidos.
envolvidos presos
Além do tenente Fernando, o cabo Denis Antonio Martins foi identificado como o atirador após análises telefônicas e imagens de câmeras. Denis foi reconhecido por uma tatuagem no braço, e seu DNA será comparado ao material coletado na cena do crime.
Os 16 PMs presos temporariamente por 30 dias, incluindo 14 que atuavam como segurança pessoal de Gritzbach, foram encaminhados ao Presídio Romão Gomes. Dois oficiais estão entre os detidos, sendo um responsável por organizar escalas de trabalho que permitiam os serviços de escolta para o delator.
O secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, destacou que os avanços na investigação poderão converter as prisões temporárias em preventivas, dependendo das análises do material genético e demais evidências.