"Juro solenemente que executarei fielmente o cargo de Presidente dos Estados Unidos e que, com o melhor de minha capacidade, preservarei, protegerei e defenderei a Constituição dos Estados Unidos."
Pela tradição americana, um governo apenas começa depois de essas palavras terem sido pronunciadas. Assim tem sido desde George Washington, em 1789.
Nesta segunda-feira, Donald Trump retoma o poder, depois de ter sido derrotado nas urnas há quatro anos e dado como "encerrado" em sua carreira política. Desde então, foi condenado criminalmente e sofreu dois atentados. Mas sobreviveu, em todos os sentidos, e venceu com folga a eleição de 2024 contra Kamala Harris.
Agora, ele fará o juramento cercado por uma nova elite econômica e personalidades como Elon Musk, Mark Zuckerberg e Jeff Bezos na ala de maior destaque da posse.
Quando a cerimônia for encerrada, uma guinada conservadora será implementada.
Trump promete anunciar o maior número de decretos no primeiro dia de um novo governo, com ordens executivas sobre imigração, estabelecer uma definição biológica de sexo, banir o termo "desinformação", dar maior liberdade às redes sociais, atacar aos direitos do movimento LGBT, acabar com programas de diversidade e desmontar o acesso das mulheres aos direitos reprodutivos. Seus decretos ainda vão restabelecer a era do petróleo, o desmonte de leis ambientais e a saída do Acordo de Paris.
Em diferentes setores, a equipe de Trump avalia a declaração de uma emergência nacional, o que lhe daria poderes extras e recursos, sem ter de negociar com o Legislativo ou enfrentar as cortes. Alguns membros de seu time de advogados chegam a apontar que cem decretos são esperados para hoje, driblando qualquer necessidade de negociação com o Congresso americano.
O gesto faz a oposição se lembrar de sua frase, durante a campanha eleitoral, de que não se importaria em ser um "ditador por um dia". Entre ativistas e grupos de direitos humanos, o temor é de que a promessa de respeitar e proteger a Constituição não sobreviva nem até o final do dia.
Para preparar esse momento, Trump construiu a narrativa nas últimas semanas de que sua vitória foi "avassaladora", que tem o controle do Senado e da Câmara dos Deputados, que conta com uma Suprema Corte conservadora e que recebeu o mandato para reconstruir os EUA.
Fonte: Uol.com