Em uma reunião extraordinária do Congresso da Fifa realizada na quarta-feira, a Arábia Saudita foi oficialmente confirmada como a sede da Copa do Mundo masculina de 2034. A decisão foi tomada após uma votação das associações membros da entidade, em uma reunião online liderada pelo presidente da organização, Gianni Infantino, na sede em Zurique, Suíça.
A escolha da Arábia Saudita como sede única gerou controvérsias, especialmente em relação aos direitos humanos no país. Um relatório de 11 grupos de direitos humanos apontou falhas na candidatura saudita, levantando preocupações sobre a situação dos direitos das mulheres, da comunidade LGBTQ+ e dos trabalhadores migrantes no país.
A Copa de 2034 marcará o retorno do torneio ao continente asiático, após a realização da Copa do Mundo de 2022 no Catar. A Arábia Saudita se tornou a única candidata após a Austrália desistir de concorrer em outubro de 2023. A Fifa já havia determinado que a edição seria realizada na Ásia ou na Oceania, devido ao princípio de rotação de confederações e à localização das Copas de 2026 e 2030.
Também foi confirmado que a Copa do Mundo de 2030, que marcará o centenário da competição, será realizada de forma inédita em três continentes: África, Europa e América do Sul. As partidas serão divididas entre seis países: Marrocos, Espanha, Portugal, Argentina, Uruguai e Paraguai. O jogo de abertura acontecerá em Montevidéu, no Uruguai, celebrando a cidade que sediou a primeira Copa do Mundo, em 1930, vencida pela seleção uruguaia.
Sem mais concorrentes
A Arábia Saudita está investindo pesado no esporte como estratégia para se tornar uma potência global. A ausência de outros candidatos para sediar a Copa de 2034 se deve, em parte, à complexidade de organizar um evento dessa magnitude e aos custos envolvidos. Com sua vasta riqueza proveniente do petróleo, o país demonstrou grande interesse em sediar o torneio e prometeu entregar um evento de classe mundial, inspirado na paixão do país pelo futebol.
“A escolha da Fifa é um passo estratégico dentro da Saudi Vision 2030, que busca posicionar o país como uma potência global em diversos aspectos, não apenas no esporte”, afirma Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM. O país já sediou eventos como o Grande Prêmio de Fórmula 1, torneios de tênis e boxe, além de ter atraído grandes estrelas do futebol para a Saudi Pro League, como Cristiano Ronaldo, Karim Benzema e Neymar.
“Este investimento do governo saudita, especialmente no futebol, tem sido uma estratégia clara de transformar o país em um centro global de esportes”, declara Claudio Fiorito, CEO da P&P Sport Management Brasil. A chegada desses jogadores à liga saudita demonstra a ambição do país em se tornar um player dominante no cenário esportivo mundial, buscando visibilidade internacional e criando uma base sólida para o crescimento da indústria esportiva local.