O Kremlin informou nesta segunda-feira (9) que a Rússia concedeu asilo político a Bashar al-Assad, ex-líder da Síria, deposto no último fim de semana. Segundo a agência Tass, Assad estaria em Moscou, mas o governo russo não confirmou oficialmente sua presença no país.
Ainda no domingo, a Rússia anunciou que Assad deixou a Síria e ordenou uma "transição pacífica de poder". Assad estava há 24 anos no poder na Síria, mas deixou a capital Damasco após rebeldes terem entrado no território sem encontrar resistência militar.
RETOMADA DA GUERRA NA SÍRIA
A guerra civil na Síria, iniciada em 2011, causou cerca de 500 mil mortes e um êxodo massivo. Assad manteve o poder com apoio da Rússia, do Irã e do Hezbollah. Porém, com a Rússia envolvida na guerra contra a Ucrânia, o Irã em conflito com Israel e o Hezbollah enfraquecido, analistas acreditam que nem Putin nem o Irã querem assumir outro conflito. Um porta-voz ucraniano afirmou que isso reflete a incapacidade russa de lidar com duas guerras simultaneamente.
No sábado, surgiram informações de que o Hezbollah e o regime iraniano estão retirando suas tropas da Síria. O cientista político Guilherme Casarões, da Fundação Getúlio Vargas, afirma que o momento da ofensiva não é coincidência.